O segundo ciclo fez a contação
com figuras e caixa:
Num
país longe, lá da Europa, numa tarde muito chuvosa, um maquinista (motorista de
trem), cheio de fé em Deus, começando a ligar o trem, que estava cheinho de
passageiros para longa viagem, olhou o céu escuro e repetiu, com muito sentimento,
a oração dominical, O Pai Nosso.
O
trem percorreu uma distância enorme, dentro de lugares escuros, quando, alta
noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos
pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem atenção e socorro.
Emocionado,
fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos
trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo.
Depois
de alguns passos, foram surpreendidos por enorme inundação (muita chuva mesmo!
) que, invadindo a terra com violência, destruiu a ponte que o trem deveria
atravessar. O trem fora salvo, milagrosamente!!!
Tomados
de infinita alegria, o maquinista e os passageiros procuraram a pessoa que tinha
lhes dado o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados e curiosos
continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante,
O enorme voador estava batendo as asas, na frente do farol, em forma de dois
braços agitados, e caiu nas engrenagens, no motor, do trem.
O
maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros
assombrados e contou como tinha orado, ardentemente, invocando, pedindo a
proteção de Deus, antes de partir.
E,
ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava de morrer, exclamando em
alta voz: – Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a
nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu; o pão
nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos
aos nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal,
porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja.
Quando
acabou de orar, grande silêncio reinava na paisagem. Todos os passageiros, os
que acreditavam ou não, estavam também ajoelhados, repetindo a prece com
amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao
Pai Celestial, que lhes salvou a vida, por intermédio de um animal que provoca
tanto medo a algumas criaturas humanas.
E
até a chuva parou de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente
acompanhando a sublime e emocionante oração!
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