OBJETIVO: Levar aos evangelizandos a prece que Jesus
ensinou. Segundo Kardec: “Os Espíritos recomendaram-na como símbolo de todas as
preces, porque, eles, Espíritos, a consideram em primeiro lugar. Ela resume, na
apreciação de Kardec, todos os deveres do homem para com Deus, para consigo
mesmo e para com o próximo”.
Prece inicial (sala
do 3º ciclo)
Motivação Inicial - sondagem de conhecimentos - fazer os seguintes questionamentos aos
evangelizandos:
1 - Quem
conhece a oração do Pai Nosso?
2 - Que outros
nomes possui esta oração? (Oração Dominical ou
Oração do Senhor, porque os discípulos chamavam Jesus de Dominus - Senhor em
latim)
3 - Quem
ensinou esta prece?
4 - A quem é dirigida esta oração?
Primeiro momento - exposição através de diálogo. (usar slides):
A Segunda Revelação foi trazida
pela palavra e pelos exemplos de Jesus. Ele esclareceu muita coisa, fez
pessoas entenderem que não precisavam de certos rituais para falar com Deus.
Jesus nos deu dois
ensinamentos importantes: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
Espírito”; este o maior e o primeiro mandamento. O segundo, semelhante a esse:
“Amarás o teu próximo, como a ti mesmo”.
Jesus explicou, que
Deus é um Pai bondoso e justo e que não devemos temer a Deus, mas confiar nele
e amá-lo.
Quando Jesus veio ao mundo, não era comum as
pessoas falarem de amor, perdão, caridade, tolerância e respeito. Ele
exemplificava com suas ações os seus ensinamentos.
Jesus ensinava
falando ao povo, em sermões
recheados de parábolas, que eram
contadas também em outras situações. Ensinava também através de perguntas, diálogos e principalmente através de seu exemplo de vida.
Parábolas:
histórias que Jesus contava. Ele utilizava esse método a fim de facilitar a
compreensão do povo e também para que as pessoas lembrassem Seus ensinamentos
com mais facilidade. Usava termos, costumes e situações do cotidiano das
pessoas, como as videiras de uvas, o casamento, o filho pródigo, o mar, os
peixes, etc. (vídeo: parábola do samaritano)
(Perguntas/diálogos: questionava e fazia pensar a respeito das
atitudes e situações que se apresentavam no cotidiano).
(Exemplo: Jesus dava o exemplo no dia-a-dia, sendo modelo a seguir,
em todas as situações suas atitudes eram sempre de amor, respeito, caridade,
perdão).
(Sermões: discursos mais longos, onde Jesus visava à elevação
moral/espiritual de seus ouvintes, através da reflexão de seus ensinamentos).
Jesus estava reunido com os Apóstolos e seus familiares, em uma pequena
comunidade, quanto houve um diálogo entre Pedro e Jesus e o Mestre elucidou:
- (...) É
necessário cultivar a prece, para que ela se torne um elemento natural da vida,
como a respiração.
(...) Sempre
que solicitares a benção de Deus, a fim de compreenderes a sua vontade justa e
sabia a teu respeito, receberás pela oração os bens divinos do consolo e da
paz.
1 E aconteceu que, estando
Ele a orar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos
a orar.
2 E ele lhes disse: Quando
orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.
3 Dá-nos cada dia o nosso
pão cotidiano;
4 E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós
perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos
do mal. (Lucas 11:1-4)
Segundo momento: (vídeo Prece
do Senhor)
Terceiro
momento: Explicar o significado de cada trecho da oração. (usar
slides):
- De todas as
preces, a oração do ‘’Pai Nosso’’, é
a que os espíritos colocam em primeiro lugar, seja porque o próprio Jesus a ensinou, seja porque ela é
completa.
A oração do ‘’Pai Nosso’’ resume todos os deveres do homem
para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Sendo a
“oração-modelo”, nela esta contida o ato de louvor, rogativa (pedido feito com humildade), reconhecimento e submissão a vontade de Deus.
- No entanto, muitas vezes repetimos esta oração sem
compreender a profundidade de suas palavras.
Para suprir esta dificuldade, os bons espíritos fizeram um
comentário sobre cada parte da oração para nos mostrar o sentido.
-
Iniciamos a prece por um ato de adoração
a Deus:
1. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o
teu nome!
Jesus se referia a Deus como nosso Pai, pois Ele é o
pai de todas as criaturas, é o criador do universo. Desde o raminho
de erva minúscula e o pequenino inseto, até os astros que se movem no espaço,
em todas as obras da Sua criação podemos reconhecer o Seu poder e Sua
sabedoria. Deus esta em toda parte, pode-se dizer que a natureza inteira está
mergulhada no fluído divino. Todos deveriam louvar a Deus, ou seja, falar
bem do Seu nome e reconhecer suas qualidades, com um sentimento espontâneo e
puro de admiração.
2. Venha
o Teu reino!
O reino de Deus é da justiça, da paz e do amor. Desejamos
que estes sentimentos reinem entre os homens aqui da Terra. Os homens
seriam felizes se cumprissem as leis de Deus, auxiliando uns aos outros.
3. Faça-se
a Tua vontade, assim na Terra como no Céu.
Fazer a Tua vontade, Senhor, é observar as Tuas leis e
submeter-se, sem queixumes, aos Teus decretos, assim como, fazem os Espíritos
Bem-aventurados no céu.
4. Dá-nos
o pão de cada dia.
Rogamos ao Pai celestial o alimento necessário à
sustentação das forças do corpo físico e também pedimos o alimento espiritual
para o desenvolvimento moral do nosso Espírito. Conseguimos o alimento material
pelo trabalho; e o espiritual, pelo cumprimento aos deveres, pelo estudo e pelo
respeito às leis divinas.
5. Perdoa
as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. - Perdoa as nossas
ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.
Perdoar é ter o nosso coração livre de ódios ou de qualquer
ressentimento contra nossos irmãos ou contra si mesmo. É ajudar o ofensor, caso
necessite.
Se perdoar, Deus te perdoará, isto é, não terá dívidas
contra o vosso próximo e, portanto, nada terá que pagar no futuro. Mas se não
perdoar, Deus não te perdoará, isto é, será devedor do mal que a sua vingança
causou e será obrigado a saldar a dívida, que contraíste perante tua própria consciência.
Quando perdoamos, nada perdemos, enquanto o ofensor terá que reparar a dívida
em momento oportuno.
6. Não
nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.
- Pedimos ao Senhor, forças para resistir as más tendências
que ainda temos em nós, pois somos Espíritos imperfeitos. A tentação é um
estímulo a prática do mal, no entanto, não há arrastamento irresistível, pois
temos o livre arbítrio (poder de
escolha). Pela pratica do bem e com o auxilio dos bons espíritos podemos
resistir ao mal.
7. Assim
Seja.
Senhor, que todos os nossos desejos se realizem, conforme a
Sua vontade e não a nossa, pois somente o Senhor sabe o que convém a cada um de
seus filhos.
Quarto momento: Avaliação/Fixação - Fazer
esclarecimentos necessários:
Objetivo: cada
evangelizando responderá sua pergunta da oração Pai Nosso, explicando o
significado daquele pedaço da prece ensinada por Jesus (o Evangelizador deve
complementar, se necessário, os comentários do grupo).
Perguntas para fixação: (para colocar na caixinha)
1. Quem ensinou a oração do ‘‘Pai Nosso’’?
2. O que significa: Pai Nosso que estais no céu,
santificado seja o teu nome?
3. O que significa: Venha o teu reino?
4. O que significa: Faça-se a tua vontade, assim na Terra
como no Céu?
5. O que significa: Dá-nos o pão de cada dia?
6. O que significa: perdoa as nossas ofensas, como
perdoamos aos que nos ofenderam?
7. O que significa: Não nos deixes entregues a tentação,
mas livra-nos do mal?
8. O que significa: Assim seja?
Desenvolvimento: Levar
em uma caixinha e pedir que os evangelizandos peguem de dentro dela 8 papéis
dobrados, contendo na parte de cima números de 1 a 8.
Nos papéis
dobrados estarão as frases da oração Pai Nosso. Pedir a cada evangelizando que
pegue dois destes papéis. (dependendo do número de Evangelizandos presentes)
Cada evangelizando, um de cada vez, elabora a explicação dos versos que lhe
couberem, seguidos de elucidações dos evangelizadores.
Conclusão: Elaboração de cartaz em
Grupo
Os Evangelizadores convidam a turma a
elaborarem cartazes que expliquem o que aprenderam com relação à Oração do Pai
Nosso, apresentando suas conclusões.
|
1 – Organize as frases corretamente para formar a
oração do PAI NOSSO.
( ) Perdoa as nossas ofensas,
( ) Venha o Teu reino!
( ) mas livra-nos do mal.
( ) Faça-se a Tua vontade
( ) Dá-nos o pão de
cada dia.
( ) Pai Nosso, que
estás no céu,
( ) Não nos deixes
entregues à tentação,
( ) Assim seja.
( ) santificado seja
o Teu nome!
( ) como perdoamos
aos que nos ofenderam.
( ) assim na Terra como no Céu.
Resposta
atividade 1: (7), (3), (10), (4), (6), (1), (9), (11), (2), (8), (5)
Prece
de encerramento: Fazer em conjunto oração do Pai Nosso, para encerrar a
aula.
Referências:
Oração do Pai Nosso
Subsídio para o Evangelizador:
Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração
dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas
as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do
próprio Jesus (S. Mateus, cap. VI, vv. 9 a
13), seja porque pode suprir a todas,
conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de
concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos os
deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo.
Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das
coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga, em intenção
de alguém, pede para este o que pediria para si.
Contudo, em virtude mesmo da
sua brevidade, o sentido profundo que encerram as poucas palavras de que ela
se compõe escapa à maioria das pessoas. Daí vem o dizerem-na, geralmente, sem
que os pensamentos se detenham
sobre as aplicações de cada uma de suas partes. Dizem-na como uma fórmula
cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida. Ora,
quase sempre esse é um dos números cabalísticos: três; sete ou nove tomados
à antiga crença supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações
da magia.
Para preencher o que de vago a concisão
desta prece deixa na mente, a cada uma de suas proposições aditamos,
aconselhado pelos Espíritos e com a assistência deles, um comentário que lhes
desenvolve o sentido e mostra as aplicações. Conforme, pois, as circunstâncias e o tempo de que
disponha, poderá, aquele que ore, dizer a oração dominical, ou na sua
forma simples, ou na desenvolvida. .
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 2. Allan Kardec)
Sendo a
“oração-modelo” — que encerra louvor, rogativa e reconhecimento — todas as
correntes do Cristianismo haveriam de adotá-la.
(Estudando o
Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva).
Iniciamos a prece por um ato de adoração a Deus, em cuja presença se move o
Universo. (O Evangelho dos Humildes.
Cap. 6. Eliseu Rigonatti)
PRECE. –
I. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja
o teu nome!
Pai
nosso: — Pai de todas as criaturas, Criador supremo, de quem todos
provimos.
Que estás no céu: — que ocupas o infinito da tua criação, tão acima de
nós, que os nossos olhos impuros te não podem descobrir.
(Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão).
Deus está em toda parte, porque Ele irradia por toda parte, podendo dizer-se
que o Universo está mergulhado na divindade, como nós o estamos na luz solar.
(O que é o
Espiritismo. Cap. 3. O homem depois da morte. Questão 147. Allan Kardec).
Santificado seja o teu nome: — que cada uma das tuas criaturas te
bendiga o nome, pelos seus pensamentos e atos, como pelas suas palavras; que
seus corações nada abriguem capaz de lhes macular os lábios com uma
blasfêmia, tornando-os impuros para proferir o nome daquele que é a pureza
absoluta.
(Elucidações
Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão).
Cremos em ti, Senhor, porque tudo revela o teu poder e a tua bondade. A
harmonia do Universo dá testemunho de uma sabedoria, de uma prudência e de
uma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. Em todas
as obras da Criação, desde o raminho de erva minúscula e o pequenino inseto,
até os astros que se movem no espaço, o nome se acha inscrito de um ser
soberanamente grande e sábio. Por toda a parte se nos depara a prova
de paternal solicitude. Cego, portanto, é aquele que te não reconhece nas
tuas obras, orgulhoso aquele que te não glorifica e ingrato aquele que te não
rende graças.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
A louvação consiste em
exaltar os atributos da Divindade, não, evidentemente, com o propósito de
ser-Lhe agradável, visto que Deus é inacessível à lisonja. Há de traduzir-se por um sentimento espontâneo e
puro de admiração por Aquele que, em todas as Suas manifestações, se revela
detentor da perfeição absoluta.
(As leis
morais. Cap. 11. Rodolfo Calligaris).
II. Venha
o teu reino!
(...) Pois que o teu reino é da justiça, da paz e do amor; que a paz, o amor
e a justiça reinem entre os homens.
(Elucidações Evangélicas.
Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)
Senhor, deste aos homens leis plenas de sabedoria e que lhes dariam a
felicidade, se eles as cumprissem. Com essas leis, fariam reinar entre si a
paz e a justiça e mutuamente se auxiliariam, em vez de se maltratarem, como o
fazem. O forte sustentaria o fraco, em vez
de o esmagar. Evitados seriam os males, que se geram dos excessos e dos
abusos. Todas as misérias deste mundo provêm da violação de tuas leis,
porquanto nenhuma infração delas deixa de ocasionar fatais consequências.
Deste ao bruto o instinto, que lhe traça o limite do necessário, e ele
maquinalmente se conforma; ao homem, no entanto, além desse instinto, deste a
inteligência e a razão; também lhe deste a liberdade de cumprir ou infringir
aquelas das tuas leis que pessoalmente lhe concernem, isto é, a liberdade de
escolher entre o bem e o mal, a fim de que tenha o mérito e a
responsabilidade das suas ações.
Ninguém pode pretextar ignorância das tuas leis, pois, com paternal
previdência, quiseste que elas se gravassem na consciência de cada um, sem
distinção de cultos, nem de nações. Se as violam, é porque as desprezam.
Dia virá em que, segundo a tua promessa, todos as praticarão. Desaparecido
terá, então, a incredulidade. Todos te reconhecerão por soberano Senhor de
todas as coisas, e o reinado das tuas leis será o teu reino na Terra.
Digna-te, Senhor, de apressar-lhe o advento, outorgando aos homens a luz
necessária, que os conduza ao caminho da verdade.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
III. Faça-se
a tua vontade, assim na Terra como no Céu.
(...) Que as leis santas, justas e imutáveis, que nos impuseste,
sejam observadas e praticadas com amor e reconhecimento em nosso mundo, como
o são nos mundos felizes, por humanidades mais adiantadas do que a nossa;
como o são pelos Espíritos bem-aventurados, que na sua submissão aos teus
santíssimos desígnios têm a fonte da bem-aventurança de que gozam.
(Elucidações
Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)
Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu
superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador! Fazer
a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes,
aos teus decretos. O homem a ela se submeterá, quando compreender que és a
fonte de toda a sabedoria e que sem ti ele nada pode. Fará, então, a tua
vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
Só Deus sabe o que convém a cada um de seus filhos; por conseguinte, devemos
conformar-nos com a Vontade Divina que rege o Universo.
(O Evangelho
dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti)
IV. Dá-nos o pão de cada dia.
Rogamos ao Pai celestial os meios de subsistência material e espiritual. A
subsistência material, conseguimo-la pelo trabalho; e a espiritual, pelo
cumprimento, pelo estudo e pelo respeito às leis divinas.
(O Evangelho
dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti)
Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas,
dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.
O bruto encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à sua
própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste livre.
Tu lhe hás dito: "Tirarás da terra o alimento com o suor da tua
fronte." Desse modo, fizeste do trabalho, para ele, uma obrigação, a fim
de que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas
necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o labor manual, outros pelo
labor intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não
poderia aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.
Ajudas o homem de boa-vontade que em ti confia, pelo que concerne ao
necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo
obter sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo.
Quantos e quantos sucumbem por culpa própria, pela sua incúria, pela sua
imprevidência, ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com o
que lhes havias concedido! Esses são os artífices do seu infortúnio e carecem
do direito de queixar-se, pois que são punidos naquilo em que pecaram. Mas,
nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso. As mãos
lhes estendes para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se voltem
sinceramente para ti.
Antes de nos queixarmos da sorte, inquiramos de nós mesmos se ela não é obra
nossa.
A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria estado em
nossas mãos evitá-la.
Consideremos também que Deus nos outorgou a inteligência para tirar-nos do
lameiro, e que de nós depende o modo de a utilizarmos.
Pois que à lei do trabalho se acha submetido o homem na Terra, dá-nos coragem
e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a previdência e
a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto.
Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos,
pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, porquanto ninguém tem o direito
de reclamar o supérfluo. Se trabalhar nos é impossível, à tua divina
providência nos confiamos. Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas
mais duras provações, mau grado aos nossos esforços, aceitamo-las como justa
expiação das faltas que tenhamos cometido nesta existência, ou noutra
anterior, porquanto és justo. Sabemos que não há penas imerecidas e que
jamais castigas sem causa.
Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos, nem
mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o necessário.
Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor do próximo, que lhes
ensinaste. Afasta, igualmente, do nosso espírito a ideia de negar a tua
justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes
sobre o homem de bem. Já sabemos, graças às novas luzes que te aprouve
conceder-nos, que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém excetua; que a
prosperidade material do mau é efêmera, quanto a sua existência corpórea, e
que experimentará terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo
daquele que sofre resignado.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
V. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que
nos devem. - Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.
O conceito de perdão, segundo o Espiritismo, é idêntico ao do Evangelho, que
lhe é fundamento: concessão, indefinida, de oportunidades para que o ofensor
se arrependa, o pecador se recomponha, o criminoso se libere do mal e se
erga, redimido, para a ascensão luminosa. Quem perdoa, segundo a
concepção espírita-cristã, esquece a ofensa. Não conserva ressentimentos.
Ajuda o ofensor, muita vez sem que este o saiba.
(Estudando o
Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva).
Por que teria Jesus aconselhado perdoar “setenta vezes sete?”.
A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos, e
aquele que se sinta ofendido por alguém, não deve esquecer que ele próprio
pode também errar setenta vezes sete.
(O
Consolador. Questão 338. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)
O
perdão espiritualiza a criatura, ao passo que a vingança a confina nos
ambientes de trevas. E aqui Jesus nos quer dizer:
—
Se perdoares, Deus te perdoará, isto é, nada ficarás a dever a teu próximo e,
portanto, nada terás de resgatar no futuro. Se não perdoares, Deus não te
perdoará, isto é, tu te tornarás devedor do mal que tua vingança causou e
serás obrigado a saldar a dívida, que contraíste perante tua própria
consciência.
E o
Espiritismo te revela que em perdoares, nada perderás, porque a Providência
Divina saberá dispor as coisas para que teu ofensor te dê a reparação no
momento oportuno; se não for nesta, será nas futuras reencarnações, ou no
mundo espiritual, onde se encontrarão algozes e mártires, vítimas e
ofensores.
(O Evangelho
dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti).
Cada uma das nossas infrações às tuas leis, Senhor, é uma ofensa que te
fazemos e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar.
Rogamos-te que no-las perdoes pela tua infinita misericórdia, sob a promessa,
que te fazemos, de empregarmos os maiores esforços para não contrair outras.
Tu nos impuseste por lei expressa a caridade; mas, a caridade não consiste
apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também
consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito
reclamaríamos a tua indulgência, se dela não usássemos para com aqueles que
nos hão dado motivo de queixa?
Concede-nos, ó meu Deus, forças para apagar de nossa alma todo ressentimento,
todo ódio e todo rancor. Faze que a morte não nos surpreenda
guardando nós no coração desejos de vingança. Se te aprouver
tirar-nos hoje mesmo deste mundo, faze que nos possamos apresentar, diante de
ti, puros de toda animosidade, a exemplo do Cristo, cujos últimos pensamentos
foram em prol dos seus algozes.
Constituem parte das nossas provas terrenas as perseguições que os maus nos
infligem. Devemos, então, recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras
provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da
felicidade eterna, visto que nos disseste, por intermédio de Jesus: "Bem
aventurados os que sofrem pela justiça!" Bendigamos, portanto, a mão que
nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a
alma e que seremos exalçados por efeito da nossa humildade. Bendito seja teu
nome, Senhor, por nos teres ensinado que nossa sorte não está
irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras
existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, de
cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso.
Assim se explicam, afinal, todas as anomalias aparentes da vida. É a luz que
se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da tua
justiça soberana e da tua infinita bondade.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
VI. Não nos deixes entregues à
tentação, mas livra-nos do mal.
(...) Bem conhecendo a extensão da nossa fraqueza, forra-nos, Senhor, às provas
demasiado fortes para a nossa virtude e dá-nos forças para resistirmos aos
nossos maus pendores; fortalece-nos a coragem, revigora-nos as energias, a
fim de que possamos vencer, sem tibiezas, nem desfalecimentos, na luta que
precisamos travar com as paixões grosseiras e os sentimentos inferiores, que
nos tentam de contínuo, para a nossa perdição.
(Elucidações
Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)
Dá-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos Espíritos maus, que
tentem desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos.
Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas
faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os maus
Espíritos mais não fazem do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em
que nos entretêm para nos tentarem.
Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são
impotentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. E inútil
tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e
inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renunciação ao mal. Contra
nós mesmos, pois, é que precisamos dirigir os nossos esforços e, se o
fizermos, os maus Espíritos naturalmente se afastarão, porquanto o mal é que
os atrai, ao passo que o bem os repele.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
Segundo o Espírito Emmanuel: ’’ O primeiro inimigo do médium reside
dentro dele mesmo. Frequentemente é personalismo, é a ambição, a ignorância
ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do
Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a
invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo,
pelo cultivo da humildade, pela boa-vontade, com o melhor esforço de autoeducação,
à claridade do Evangelho. ‘‘
(O
Consolador. Questão 410. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio
as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?
As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme
seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos
repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas
disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a
vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.
(O Livro dos
Espíritos. Questão 845. Allan Kardec)
Senhor, ampara-nos em nossa fraqueza; inspira-nos, pelos nossos anjos
guardiães e pelos bons Espíritos, a vontade de nos corrigirmos de todas as
imperfeições a fim de obstarmos aos Espíritos maus o acesso à nossa alma.
O mal não é obra tua, Senhor, porquanto o manancial de todo o bem nada de mau
pode gerar. Somos nós mesmos que criamos o mal, infringindo as tuas leis e
fazendo mau uso da liberdade que nos outorgaste. Quando os homens as
cumprirmos, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu de mundos mais
adiantados que o nosso. O mal não constitui para ninguém uma necessidade fatal
e só parece irresistível aos que nele se comprazem. Desde que temos vontade
para o fazer, também podemos ter a de praticar o bem, pelo que, ó meu Deus,
pedimos a tua assistência e a dos Espíritos bons, a fim de resistirmos à
tentação.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
VII. Assim seja.
Amém, que quer dizer — assim seja:
— assim seja, Senhor, pois que o reinado, o poder e a glória te pertencem a
ti que és o único verdadeiramente grande, que estás acima de todas as coisas
e de todas as criaturas, a ti que és o nosso Deus, o Criador único de tudo o
que vive e se move no espaço infinito, a ti que, onipotente na imensidade, és
o nosso juiz supremo, o nosso soberano, o nosso Rei, a quem tributamos as homenagens
dos nossos corações e em cujo louvor entoarão as nossas almas cânticos
eternos.
(Elucidações
Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão)
Praza-te, Senhor, que os nossos desejos se efetivem. Mas, curvamo-nos perante
a tua sabedoria infinita. Que em todas as coisas que nos escapam à
compreensão se faça a tua santa vontade e não a nossa, pois somente queres o
nosso bem e melhor do que nós sabes o que nos convém.
Dirigimos-te esta prece, ó Deus, por nós mesmos e também por todas as almas
sofredoras, encarnadas e desencarnadas, pelos nossos amigos e inimigos, por
todos os que solicitem a nossa assistência e, em particular, por N... Para
todos suplicamos a tua misericórdia e a tua bênção.
(O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 3. Allan Kardec).
Bibliografia:
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 28. Item 2.
Allan Kardec.
- O Livro dos Espíritos. Questão 845. Allan Kardec.
- O que é o Espiritismo. Cap. 3. O homem depois da morte.
Questão 147. Allan Kardec.
- Estudando o Evangelho. Cap. 20. Martins Peralva.
- O Evangelho dos Humildes. Cap. 6. Eliseu Rigonatti.
- Elucidações Evangélicas. Cap. 30. Antônio Luiz Sayão.
- As leis morais. Cap. 11. Rodolfo Calligaris.
- O Consolador. Questões 338 e 410. Espírito Emmanuel.
Psicografado por Chico Xavier.
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