(Do cap. 03 do livro Pai Nosso, de
Meimei, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier)
https://www.youtube.com/watch?v=ilTzhkxLnBQ |
Um homem,
ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar,
conduzindo um pequeno de seis anos. Eram Antoninho e seu tio, em passeio na
vizinhança da casa em que residiam. Contemplavam, com água na boca, as laranjas
maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.
A certa
altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e
começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao
mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções.
Preocupado
com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou: – Que fazes,
titio? Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho
respondeu: – Psiu!... psiu!... Em seguida, acrescentou em voz baixa: –
Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às
escondidas.
O menino,
contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e
exclamou: – Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?
Muito
espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde
os havia retirado, murmurando: – Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a
minha consciência, pelos lábios de uma criança.
E, desde esse momento, o tio de Antoninho
passou a ser realmente outro homem.
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