quarta-feira, 8 de maio de 2019
O Carvão e a Camisa
Certa vez o pequeno Zeca, de apenas 8 anos, entrou em casa após a aula, batendo forte os seus pés no chão da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver seu filho com aquela atitude, chama o menino para uma conversa:
- Meu filho, venha aqui um momento. Precisamos ter uma conversa séria.
Zequinha fecha os punhos e, dando socos no ar, disse ao pai:
- Olha, papai, eu estou com muita, mas muita raiva! O Juca não podia ter feito aquilo!
O pai de Zequinha escutou calmamente o filho que continuava a reclamar enquanto contava o que aconteceu:
- O Juquinha me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito que ele faça isso comigo. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai continua escutando tudo calado enquanto caminha até um armário perto da churrasqueira, onde estava guardado um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal, e Zequinha o acompanhou, falando da sua raiva.
Zequinha olha seu pai abrindo o saco de carvão e fica ainda com mais raiva.
- Poxa vida, papai, estou desabafando a minha raiva e o senhor nem liga para meus sentimentos! Está me deixando com mais raiva ainda!
- Calma, Zequinha, isto que estou fazendo tem tudo a ver com o que você está sentindo!
Zequinha olha intrigado para o pai e pensa: “como um saco de carvão pode ter alguma coisa a ver com minha raiva pelo Juquinha?”
- Filho, faça de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca, e cada pedaço de carvão é um pensamento maldoso que você está tendo em relação a ele neste momento. De onde você está, quero que jogue todo o carvão do saco na camisa, até o ultimo pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
Zequinha achou aquela brincadeira divertida e logo encheu as mãos com pedaços de carvão e começou a atirá-los com toda a força, tentando acertar o máximo de pedaços possíveis naquela camisa branquinha. O varal estava longe do menino, e poucos pedaços acertavam o alvo. O tempo se passou e ele terminou a tarefa. O saco de carvão estava vazio, e a camisa borrada de carvão.
O pai, que espiava tudo de longe, se aproximou dele e lhe perguntou:
- Filho, como você está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para Zequinha, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e com carinho fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
Zequinha acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Ele estava tão sujo de carvão que só conseguia enxergar seus dentes e olhinhos. O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, olhe pela janela. Veja a camisa que você acertou os pedaços de carvão. Ela quase não se sujou. Entretanto, olhe só para você! Está completamente sujo. Toda vez que sentimos raiva de alguém e começamos a lhe desejar o mal, estamos, na verdade, fazendo mal a nós mesmos.
- Então, papai, o carvão é a minha raiva e meus pensamentos ruins, e a camisa é o Juquinha?
- Sim, Zequinha, isso mesmo!
- Mas, a camisa, ou melhor, o Juquinha, ficou sujo também.
- Sim, filho. Ele também se sujou. A raiva que você sentiu dele também o atingiu, mas você se sujou muito mais. A raiva faz mal a quem sente e a quem recebe, mas se nos vingamos ou desejamos o mal, não nos sentiremos melhor por isso.
- Entendi, papai. Então vou controlar minha raiva e pedir a Jesus que a tire do meu coração.
- Fico orgulhoso pela sua decisão, Zequinha. Guarde em sua mente esta lição.
(História compartilhada pela evangelizadora Alice Lirio em um grupo para evangelizadores)
O sentimento que será está presente no coração de muitas pessoas e, infelizmente, até no coração das crianças. Todos nós ficamos com raiva de vez em quando. Isso é normal. Mas o que devemos fazer quando temos este sentimento?
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