Num mesmo pomar viviam lado a lado um pé de limão galego e um pé de tangerina. O pé de tangerina estava sempre com crianças à sua volta.
Era depois da brincadeira... Era na volta da escola... Era depois do jantar...
As crianças deliciavam- se com as gostosas tangerinas.
Um limão galego do pé de limão vizinho olhava aquilo muito aborrecido. Ninguém queria saber dele. Nenhuma criança o olhava com alegria, como faziam com a tangerina. Também... os limões eram tão azedos! E eles iam
ficando esquecidos no seu pé até ficarem velhos... ou até quando a cozinheira se lembrava deles para temperar a carne ou a salada.
Mas aquele limão galego não aceitava viver assim. Tudo que ele queria era ser doce como uma tangerina. Aconteceu que, num dia de temporal o vento o arrancou do limoeiro e ele caiu... num galho do pé de tangerina. Meio assustado, o limão galego viu que estava bem ao lado de uma tangerina bem gordinha. Ficou feliz! Agora, naquele pé, poderia passar por uma tangerina e seria admirado por todos. O limão ajeitou-se da melhor forma que pode, bem junto a uma folhinha e ali ficou com ares de tangerina.
Dias depois, o limão foi colhido junto com as tangerinas pela dona da casa e colocado numa linda fruteira em cima da mesa da sala de jantar. E no meio das tangerinas, ninguém desconfiava que ele era um limão galego.
Naquela noite, depois de ter sido provado pela caçulinha da casa, o limão galego acabou na lata do lixo, misturado a restos de comida e pó de café. E assim acabou a vida do limão que não se aceitava, sem ao menos
saber do seu grande valor: o de curar muitas doenças.
FONTE: Apostila Lar Fabiano de Cristo
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