Conta-se que, no princípio da vida terrestre,
o alimento das criaturas era encontrado como oferta da Divina Providência, em toda parte.
Em troca de tanta bondade, o Pai Celeste rogava aos corações mais esforço no aperfeiçoamento da vida.
O povo, no entanto, observando que tudo lhe vinha de graça começou a menosprezar o serviço.
O mato inútil cresceu tanto, que invadia as casas, onde toda a gente se punha a comer e dormir.
Ninguém desejava aprender a ler.
A ferrugem, o lixo e o mofo apareciam em todos os lugares.
Animais, como os cães que colaboram na vigilância,
e aves, como os urubus que auxiliam nas obras de limpeza, eram mais prestativos que os homens.
Vendo que ninguém queria corresponder à confiança divina, o Pai Celestial mandou retirar as facilidades existentes, determinando que os habitantes da Terra se esforçassem na conquista da própria manutenção.
Desde esse tempo, o ar e a água, o Sol e as flores,
a claridade das estrelas e o luar continuaram gratuitos para o povo,
mas o trabalho forçado da alimentação passou a vigorar como sendo uma lei para todos, porque, lutando para sustentar-se, o homem melhora a terra, limpa a habitação,
aprende a ser sábio e garante o progresso.
Deus dá tudo.
O solo, a chuva, o calor, o vento, o adubo e a orientação constituem dádivas d'Ele à Terra que povoamos e que devemos aprimorar,
mas o preparo do pão de cada dia, através do nosso próprio suor e da nossa própria diligência, é obrigação comum a todos nós, a fim de que não olvidemos o nosso divino dever de servir, incessantemente, em busca da Perfeição.
Fizemos uma reflexão a respeito da história reforçando que o progresso é uma lei de Deus, somente progredimos quando nos esforçamos e todo esforço é trabalho. Quando trabalhamos, desenvolvemos nossas habilidades.
Deus deu ao homem o trabalho
para ele evoluir e Jesus disse: “- Esforça-te que o céu te ajudará". Se
Deus não tivesse dado ao homem o trabalho físico, seus membros seriam
atrofiados e sem trabalho intelectual, isto é, o estudo, seu espírito
permaneceria na infância.
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